Ócio produtivo

E mais uma vez, está diante de um corpo perfeito, roçando pele a pele, o suor passa a ser uma lágrima de felicidade, as roupas já estão uma em cada cômodo, e a roupa íntima encontra-se ao lado da cama. Você sente um momento breve de felicidade, olha em um olho fechado, aprecia o ócio produtivo, você se sente útil e usado ao mesmo tempo, a reciprocidade é perfeita. Levanta-se levemente da cama e então caminha ao banheiro, lava-se... Pensamentos?

Você toma sua cerveja, acende seu cigarro, assiste por uns minutos ao programa do Jô, e então é hora de ir. É hora de acordar sozinho novamente, sabendo que, amanhã será um novo dia, um novo ócio produtivo, um novo corpo delicioso, uma nova cama junto ao mesmo desejo, mas, não se esqueça, não se esqueça que amanhã você acordará sozinho novamente.

Déjà vu

As horas repetidas, o tic-tac proporciando aquele ataque no coração, a garganta seca desejando a sua saliva, a distancia que mata e ao mesmo tempo é a única que abriga. Sentinelas com olhares esbugalhados, querendo o sossego que leva sempre contigo, o semblante já não é mais o mesmo desde que partistes, não se renova, apenas se anima por um grau de segundo, querendo ou não mudando meu mundo. Eu queria que durasse pra sempre, que fosse simplesmente assim como está em minha mente, seria muito fácil, não seria aquele sentimento de amor pelo ódio, de ódio pelo amor, seria simplesmente mais um ensaio sensual fictício que proporcionamos durante aquele tic tac do relógio da vida.

Que assim seja

Meu amor?! Ai, meu amor... Eu quero que tenhas asas, que beba de todas as águas, que pouse nas mais belas paisagens, sem mim. Meu amor, eu quero que voes, bem distante, traga-me novos odores e amores, traga-me o que faça o seu olho estremecer. Eu quero que sejas livre, quero que bata suas asas sem medo de olhar para traz, eu quero o meu amor fluindo, quero meu amor nascendo e sumindo. Eu quero o meu amor, do jeito que o meu amor quer a si mesmo.

A prática

Respirar é necessário, viver é essencial.

Amanheça sua alma

Não lhe valeria a pena permanecer parte deste pseudo puta-revoltada-carente, simplesmente queria mais, mais do que um mero esperma em sua face, queria mais do que aquele jantar naquele restaurante X, a puta-revoltada-carente, carente nunca foi de carne, carente era de amor.

Poderia permanecer em sua casca, feita por sabemos de que, porém, ela decidiu sentir a chuva forte lá fora, assim, lavou-se por si só, aguardando aquela sensação calorosa que poucos conhecem e, como a puta-revoltada-carente, muitos desejam.